Todos os dias recebo novatos nas aulas de Yoga da academia e por mais que estas pessoas cheguem até mim sem conhecimento prévio sobre a prática, o sentimento pós aula costuma ser sempre o mesmo: sensação de paz e relaxamento total.
Isso se deve ao fato de que a prática de Yoga atua diretamente no sistema nervoso central, acalmando a mente a partir da construção das posturas em alinhamento com a respiração, criando uma ambientação propícia para se alcançar o bem-estar.
Geralmente a programação de uma aula segue uma sequência de asanas (posturas), pranayamas (exercícios de controle da respiração), entre outros elementos com o intuito de trabalhar uma intenção específica, mas mesmo se for uma prática mais agitada ou leve, o resultado costuma ser o mesmo para o aprendiz: leveza.
Com o avanço e disciplina nas práticas, é natural que o poderoso e às vezes superestimado pós relaxamento seja substituído por outras percepções, pois a sensação de paz passa a ser reconhecido e visto como trivial pelo cérebro. E é aqui que vem o grande desafio.
Acredito que uma das enormes dificuldades do praticante de muitos anos de Yoga seja justamente encontrar os elementos que o fazem se manter firme dentro da prática, encontrando motivos para se aprofundar cada vez mais na prática.
Neste jogo de ir e vir natural do praticante de Yoga, acredito que é importante que o aluno se enxergue sempre com mente de aprendiz, mesmo após 10 ou 20 anos de prática, há sempre algo novo para aprender.
Quando nem mesmo isto for possível, vale o esforço de relembrar as sensações do primeiro encontro, do início de “relacionamento” com o Yoga, recordando das sensações lá de trás e ressignificando tudo isso, pra que assim a prática seja sempre algo novo.